O Diabetes mellitus é uma doença diagnosticada por elevação da glicemia( açúcar no sangue). O motivo para que isso ocorra é a alteração no funcionamento e/ou produção da insulina.
Insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que é responsável, entre outras coisas, por controlar a glicose. Sem a ação adequada desse hormônio, a glicose não é utilizada como deveria e permanece alta na corrente sanguínea.
Ocorre uma redução na produção da insulina e/ou uma alteração no seu funcionamento, que chamamos de resistência a insulina.
A elevação de glicose de forma leve a moderada, normalmente, é assintomática. Por isso, várias pessoas descobrem a doença com as complicações, de forma tardia, ou em exames de rotina.
Diabetes é uma condição muito frequente.
O Brasil é o sexto país em incidência de diabetes no mundo. Na América Latina ocupa a primeira posição – isso significa que em torno de 15,7 milhões de pessoas adultas são portadores de diabetes.
Diabetes mellitus – quando suspeitar?
Os principais sintomas de Diabetes mellitus descompensada são:
- excesso de sede( polidipsia)
- maior volume de urina e freqüência de diurese( poliúria)
- emagrecimento espontâneo.
- aumento no apetite
- perda de glicose(açúcar) pela urina – algumas pessoas relatam aparecimento de formiga no vaso sanitário.
- alteração visual
- sintomas inespecíficos: tonturas, fraqueza, fadiga, mal estar
Qual médico cuida de pacientes com diabetes?
O médico especialista em diabetes é o Endocrinologista.
É muito importante esse acompanhamento periódico para bom controle da glicose além de rastreio e prevenção de condições associadas ao diabetes.
A dra Carolina é endocrinologista em Belo Horizonte (BH).
Atende na Clinica Integrale Medicina Avançada, localizada no bairro Santo Agostinho.
Tem um atendimento humanizado, onde o paciente é o protagonista de seu tratamento, participando da decisões, sob orientação.
Essa parceria entre a dra Carolina e o paciente é o grande diferencial para um bom resultado.
Dra Carolina é membro do corpo clinico da Rede Mater Dei de Saúde, integrando a equipe de endocrinologia e atuando na linha de cuidados do paciente com diabetes desde 2015.
Com sua experiência, o paciente irá receber o melhor tratamento.
Diabetes tem cura?
Diabetes é uma doença crônica. Até o momento não existe cura.
Mas existe controle!
A pessoa com diabetes terá que conviver e cuidar dessa condições por toda sua vida.
O acompanhamento com profissionais especializados ajuda nessa jornada.
Critérios para diagnóstico de Diabetes mellitus
O diagnóstico se faz pela dosagem de glicose no sangue. Se 2 medidas estiverem alteradas, já é diagnóstico. Os valores são:
- Glicemia de jejum maior que 126mg/dL
- Glicemia 2 horas após sobrecarga com 75g de dextrosol maior que 200mg/dL
- Glicemia aleatória maior que 200mg/dL
- Hemoglobina glicada maior que 6,5%
Pré Diabetes mellitus – o que é?
O pré-diabetes é uma alteração da glicemia, mas ainda não tão elevada para se enquadrar no diagnóstico de diabetes. Os valores de glicemia no pré-diabetes são:
- Glicemia de jejum: 100-125mg/dL
- Glicemia 2 horas após sobrecarga com 75g de dextrosol: 140-199mg/dL
- Hemoglobina glicada: 5,7-6,4%
Este é um estágio anterior ao Diabetes mellitus. O melhor tratamento com maior taxa de remissão dessa condição, é baseado em padrão alimentar saudável, prática regular de atividade física e redução de sedentarismo e controle de peso.
Tipos de Diabetes mellitus
Existem vários tipos de Diabetes, mas vamos listar os mais frequentes:
Diabetes mellitus tipo 1
Ocorre em pacientes mais jovens, normalmente o diagnóstico é na infância e adolescência.
O mecanismo da doença é a destruição autoimune das células, do pâncreas, produtoras de insulina. Neste casos o tratamento medicamentoso é através do uso de insulinas, na tentativa de substituir o que o organismo não consegue fazer mais.
Existem vários esquemas de tratamento com insulina e o objetivo é imitar a produção natural do organismo.
Diabetes mellitus tipo 2
Ocorre com maior frequência em adultos e idosos.
O mecanismo é a redução da produção de insulina pelas células beta do pâncreas associado a resistência a insulina.
Geralmente o tratamento é realizado com medicações orais, pois o paciente ainda tem uma reserva( pequena) de insulina. Mas com a evolução da doença pode ser necessário uso de insulinas também.
Os 4 principais fatores de risco para diabetes
- Obesidade e sobrepeso
- Idade maior que 45 anos
- Sedentarismo
- Historia familiar de diabetes em parentes de primeiro grau
Saiba mais: https://dracarolinaendocrino.com.br/obesidade-sobrepeso/
Diabetes mellitus gestacional
Alteração na resistência a insulina promovida pela ação dos hormônios da gravidez/placentários. Os valores de glicemia para diagnóstico de diabetes gestacional dão diferentes:
- Glicemia de jejum: maior que 92mg/dL
- Glicemia 1hora após sobrecarga com 75g de dextrosol: maior que 180mg/dL
- Glicemia 2horas após sobrecarga com 75g de dextrosol: maior que 153mg/dL
Os principais fatores de risco para desenvolvimento de diabetes gestacional são:
1) idade acima de 35 anos
2) obesidade e sobrepeso
3) ganho de peso excessivo durante gestação
4) história familiar de diabetes em parentes de primeiro grau
5) paciente portador de resistência a insulina
O tratamento medicamentoso durante a gestação é com insulinas, mas muitas gestantes conseguem bom controle de glicose com uma dieta adequada e atividade física regular.
Normalmente a glicemia normaliza após o parto.
Quem apresentou diabetes na gestação tem mais chance de evoluir para Diabetes mellitus no futuro.
Por isso, a manutenção de um estilo de vida saudável é necessária para prevenção do diabetes.
Diabetes mellitus secundário
Por uso de medicamentos, por falência do pâncreas após cirurgia, pancreatite, outras.
O mecanismo é a ausência da produção de insulina por perda de função de parte ou todo o pâncreas.
No caso de uso de medicamentos, essa disfunção pode ser temporária, havendo recuperação após suspensão da medicação.
Diabetes mellitus LADA
É um tipo de diabetes autoimune que surge no adulto. O tratamento é semelhante ao do Diabetes mellitus tipo 1. Mas a evolução da doença normalmente é mais lenta. Medicamentos de escolha são as insulinas.
Diabetes mellitus MODY
Um tipo de diabetes tipo 2 que surge na infância e adolescência.
Tratamento semelhante ao Diabetes mellitus tipo 2, baseado em medicações orais( a princípio) e mudanças de estilo de vida.
Tratamento do Diabetes mellitus.
O tratamento se baseia em 2 pilares principais: os hábitos de vida e medicamentos. Para tal, uma equipe multidisciplinar se faz necessária.
Tão importante quanto o uso correto das medicações é a construção de um estilo de vida saudável.
1)Alimentação:
A alimentação saudável e equilibrada para o paciente com diabetes é fundamental. Acompanhamento nutricional ajuda nessa construção.
As dietas mais recomendadas para esses pacientes são: Mediterrânea, Dash e low carb.
O consumo de menor quantidade de carboidratos impacta diretamente na glicose do sangue. Por isso recomenda-se dieta com aproximadamente 45-55% de carboidratos, ou menos, em casos selecionados.
A dieta para paciente com Diabetes segue as mesmas recomendações para a população geral:
- preferir alimentos in natura ou minimamente processados.
- evitar alimentos ultraprocessados
- aumentar consumos de fibras alimentares
- percentual de carboidratos na dieta menor que 50%( essa meta deve ser individualizada)
- hidratação oral adequada
- evitar bebidas adoçadas
- evitar sucos com freqüência – mesmo sucos naturais. (normalmente são muito concentrados, não geram saciedade e por isso consumidos em maior volume com sobrecarga de açúcar e calorias) – SEMPRE PREFERIR A FRUTA AO SUCO!
- evitar consumo de bebidas alcoólicas.
2) Atividade física:
A prática regular de atividade física também faz parte da prescrição no tratamento do paciente com diabetes.
Orienta-se no mínimo 150 minutos de atividade de moderada intensidade por semana. No mínimo em dias alternados, mas preferencialmente todos os dias. Combinar as modalidades aeróbica e exercícios resistidos( de força) seria o ideal.
Mas cada pessoa é única, e precisa da avaliação de educador físico para adequar a melhor atividade física para si, de acordo com preferências, comorbidades, limitações físicas e cognitivas, tempo disponível.
Além do exercício programado, deve-se promover a redução do tempo de sedentarismo, ou seja, reduzir o tempo que ficamos sentados e deitados. Manter um nível de atividade cotidiana ( deslocamentos, afazeres domésticos, etc) já traz benefícios para a saúde.
3) Medicações:
Existem vários medicamentos hipoglicemiantes( que reduzem a glicose).
Por isso, o tratamento deve ser individualizado, para que se escolha os medicamentos que ajudarão no controle adequado da glicose e que tenham o mínimo de efeitos colaterais.
A presença de outras comorbidades ajuda na escolha de melhor medicação, que além de controlar a glicose pode promover, cardioproteção, nefroproteção, controle de peso, redução de mortalidade cardiovascular, ajuda no tratamento da insuficiência cardíaca, etc.
Dentre os hipoglicemiantes orais temos:
- metformina
- sulfonilureias ( gliclazida, glimepirida, gliblenclamida)
- glitazonas( pioglitazona)
- inibidores da enzima DPP4 ( sitagliptina, saxagliptina, linagliptina, alogliptina e evogliptina)
- agonista do hormônio GLP1( semaglutida)
- inibidores de SGLT2(empaglifozina, dapaglifozina, canaglifozina)
As medicações injetáveis são:
- agonistas de GLP1( liraglutida, semaglutida, dulaglutida)
- insulinas. Existem vários tipos de insulinas com tempos de ações diferentes( lentas, ultra lentas, intermediárias, rápidas e ultra rápidas). A escolha das insulinas e forma de aplicação são discutidas individualmente pelo médico endocrinologista assistente.
Complicações do diabetes
O maior medo das pessoas com diabetes é de possíveis complicações.
Todos já ouviram falar de pacientes que ficaram cegos ou estão em hemodiálise por causa do diabetes.
Isso ocorre, mas pode ser evitado.
As complicações e lesões desses órgãos acontece quando a glicemia não fica bem controlada por período prolongado. Normalmente, mais de 5 anos.
Por isso, mesmo sem sintomas, é preciso buscar o melhor controle possível para essa doença, evitando as temidas complicações.
Chamamos de lesões microvasculares e macrovasculares.
A glicose elevada causa uma agressão aos vasos sanguíneos de diversas partes do corpo. Essa agressão causa disfunção das estruturas atingidas e o mal funcionamento delas.
As principais complicações são:
- Retinopatia diabética: alteração da visão por lesão na retina.
- Nefropatia diabética: disfunção renal. Pode ser estágio inicial ou até chegar a diálise.
- Neuropatia diabética: alteração de sensibilidade e força muscular por agressão de nervos periféricos, principalmente pés. Os pés insensíveis são mais sujeitos a ferimentos e isso aumenta muito a chance de amputações.
- Doenças cardiovasculares: infarto cardíaco, AVC (derrame), obstrução de artérias de membros inferiores, obstrução de artérias cervicais. Essas são as principais causas de mortalidade no paciente com diabetes.
- Cetoacidose diabética e Estado hiperosmolar hiperglicemico: alterações graves por elevação importante da glicemia, podendo chegar até a coma. São emergências médicas, sendo assim o paciente dever receber atendimento imediato. Está relacionado a dose insuficiente de insulina por falha na aplicação da medicação ou aumento da necessidade em casos de estresse agudo( trauma, infecções, cirurgias, etc)
- Hipoglicemia: Redução da glicemia para níveis abaixo do “normal”. Aumenta risco de quedas, traumatismos, alteração de cognição, arritmias, até coma.
Metas de tratamento do Diabetes mellitus
As metas do controle glicêmico são individualizadas.
Temos como objetivo o melhor controle de glicose com o mínimo de hipoglicemias possível.
Em geral, valores de hemoglobina glicada devem ficar abaixo de 7% e medidas de glicemia capilar devem se manter entre 80-150mg/dL.
Sempre devemos buscar prevenção de complicações do diabetes e promoção de qualidade de vida das pessoas com diabetes.
Saiba mais:
https://diabetes.org.br/#diabetes
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