Dra. Carolina Almeida Vieira

obesidade

Atualmente, o número de pessoas com excesso de peso( sobrepeso e obesidade) vem aumentando de forma importante. Mais da metade da população brasileira está acima do peso.

Esse crescimento se repete também entre as crianças. É um fenômeno mundial. E os investimentos da indústria em produtos light, diet e baixas calorias, não promoveram melhora da situação.

Sabe-se que a obesidade é uma doença multifatorial, tendo influência tanto das características genéticas das pessoas como do ambiente. Por isso a abordagem também deve ser multidisciplinar, sendo as principais especialidades envolvidas no tratamento:

  • Médico endocrinologista
  • Nutricionista
  • Psicólogo
  • Educador físico

Outros profissionais podem ser necessários para o tratamento integral dessa pessoa, de acordo com a sua demanda: cardiologista, fisioterapeuta, psiquiatra, ortopedista, cirurgião, etc

Obesidade: a doença da vida moderna

A obesidade é uma doença crônica. Sim, uma doença! E como qualquer outra doença crônica precisa de acompanhamento e tratamento a longo prazo. Estratégias de emagrecimento de sucesso são aquelas que se tornam rotina, hábito, que podem ser aplicadas por toda a vida. 

Apesar de existirem características genéticas que predispõe a obesidade, não temos como modificar esses genes.

Mas podemos sim, com mudanças no nosso “ambiente”, alterar a expressão dos mesmos. E, por ambiente, entende-se: padrão alimentar, nível de atividade física, qualidade de sono, manejo de estresse, exposição a tóxicos, relacionamentos pessoais ( família, trabalho), cultura, memórias, traumas, influência de mídias, ou seja, tudo que nos cerca e nos moldou no que somos hoje. 

Nos tempos atuais, a pressa, o estresse, o imediatismo, o excesso de funções, o sedentarismo, a falta de tempo e o excesso de oferta alimentar, principalmente de ultraprocessados, nos conduzem para um ambiente obesogênico ( que favorece a manifestação da obesidade).

Assim, junta-se as duas coisas: a característica genética da população e o nosso  mundo atual! O resultado é um maior número de pessoas com obesidade e/ou graus de obesidade mais graves.

Existem outras doenças que cursam obesidade, relacionadas com algumas alterações hormonais, mas são causas pouco frequentes, que devem ser avaliadas por profissionais especializados, se houver suspeita. 

Qual peso ideal?

Balança

Existem algumas classificações para estabelecer o diagnóstico de sobrepeso e obesidade, sendo o mais utilizado o IMC (Índice de Massa Corporal).

  •  IMC abaixo de 18,5kg/m2: BAIXO PESO
  •  IMC entre 18,5-24,9 kg/m2: NORMAL – EUTROFICO
  •  IMC entre 25-29,9 kg/m2: SOBREPESO
  •  IMC entre 30-34,9 kg/m2: OBESIDADE GRAU 1
  •  IMC entre 35-39,9 kg/m2: OBESIDADE GRAU 2
  •  IMC acima de 40kg/m2: OBESIDADE GRAU 3

Existem limitações para esse método de avaliação e outros instrumentos para avaliação de composição corporal, dos quais poderemos falar em outro momento (bioimpedância, densitometria de corpo inteiro, etc). 

Esses critérios foram baseados em risco de adoecimento associado ao peso e não em parâmetros estéticos. 

Devemos sempre fugir da padronização estética, uma vez que somos diferentes e únicos. Devemos buscar a nossa melhor versão e não copiar a do outro. A busca pela perfeição estética, normalmente, é frustrante e pode, até, prejudicar a saúde física e mental.

Porém, mais importante que o valor isolado de peso é a evolução do mesmo. A qualidade de vida e saúde de uma pessoa com 70 kg será diferente se ela tinha 50kg e agora está com 70kg (piorando sua condição de saúde) daquela que tinha 100kg e agora está com 70kg(melhorando as mesmas condições).

Por tudo isso, a meta de peso deve sempre ser individualizada! Converse com um profissional especializado. 

O papel do endocrinologista no tratamento da obesidade.

O endocrinologista é o especialista em investigar a pessoa acima do peso, definindo a causa da obesidade ou excesso de peso e indicando melhor tratamento e definindo metas para cada caso.

Também costuma ser o médico de referência, organizando o acompanhamento com demais profissionais que forem necessários para o atendimento multiprofissional.

A Dra Carolina é endocrinologista, com mais de 10 anos de experiência no tratamento e obesidade e excesso de peso, e pode te ajudar!

Dra Carolina Almeida

Obesidade – tratamento

Todo processo de emagrecimento começa pela mudança de hábitos. Mas tais mudanças, apesar de essenciais, não são fáceis. Por isso, o compromisso, persistência, perseverança e dedicação são a base de tudo. Seja protagonista de sua vida! Não se deixe levar pela maré! Não viva no automático!

É necessário um deficit energético/calórico diário. 

Os principais pilares para gerar esse déficit são: Padrão alimentação / dieta e atividade física. 

Outros pilares importantes, pois influenciam diretamente no nosso comportamento são: qualidade de sono, manejo do estresse, redução de exposição aos tóxicos ( bebida alcoólica, tabagismo, poluição, disruptores endócrinos, etc) e ter uma boa rede de apoio nessa jornada. 

Existem medicamentos e procedimentos cirúrgicos que podem auxiliar na redução de peso. Eles ajudam a controlar alguma questão pessoal que impeça ou dificulte a realização das mudanças de comportamento e, estando mais controlado, a pessoa consegue seguir as estratégias de mudanças traçadas. Ou seja, são facilitadores às mudanças. 

Medicações liberadas para tratamento da obesidade no Brasil:

  1. Orlistate
  2. Sibutramina
  3. Liraglutida
  4. Bupropiona/naltrexona
Medicação para emagrecer
medicamentos

Existem outras de uso off-label( auxiliam no tratamento, mas não tem aprovação em bula para tratamento de obesidade): 

– Antidepressivos, anticonvulsivantes, antidiébeticos, dentro outros.

Tratamento cirúrgico

Há técnicas cirúrgicas validades para tratamento de obesidade, as quais são chamadas de Cirurgia Bariátrica. 

Cirurgia Bariatrica

Chás e suplementos

É importante ressaltar que não há evidência científica para uso de chás e suplementos com finalidade de perda de peso.

Saiba mais:

https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2022/12/Posicionamento-SBEM-e-ABESO.01pdf.pdf

Obesidade e o Preconceito

A obesidade e o excesso de peso sempre foram vistos como falta de vergonha e falta e força de vontade. Não somente pelas pessoas em geral, mas por muitos profissionais de saúde, que não trabalham diretamente com essa doença. 

Por isso devemos sempre orientar e divulgar o verdadeiro conceito: Obesidade é uma doença! E precisa ser tratada. 

Claro que o tratamento depende muito da participação da pessoa com obesidade. Não existe uma fórmula para ser emagrecido. Mas existem ajudas para construção de uma caminho no qual as mudanças aplicadas geram o emagrecimento. 

Por isso, não é vergonha buscar essas ajudas para o tratamento dessa doença. Não é vergonha ter que usar algum medicamento (se necessário) para esse tratamento. 

Mas também não podemos considerar “normal” a obesidade, a ponto de não tratá-la. Ela traz consequências graves para saúde. Pessoas com obesidade tem mais comorbidades tais como: 

  • Hipertensão arterial sistêmica
  • Diabetes mellitus
  • Dislipidemia( colesterol alto) 
  • Doenças cardiovasculares( Infarto, AVC)
  • Alguns tipos de canceres: mama, ovário, endométrio, próstata, intestino, etc

Além disso, a taxa de mortalidade, entre pessoas “saudáveis”‘, é maior naqueles com obesidade do que nos de peso adequado.

Então, precisamos de uma visão equilibrada sobre o assunto: sem preconceito contra a pessoa com obesidade, mas sem valorizar a obesidade como se fosse inofensiva. 

“Me ajude a divulgar esse conhecimento! A educação gera transformação!”

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